Um dos mais famosos personagens dos quadrinhos de terror nacional, o Morto do Pântano, criado em 1967 pelo desenhista italiano radicado no Brasil Eugênio Colonnese (1929-2008), vai em breve virar um curta-metragem.
O autor da façanha é o sorocabano Cláudio Ellovitch, diretor da animação em 3D Undertaker, estrelada por Zé do Caixão, que já percorreu o país em diversos festivais de cinema fantástico e chegou a ser exibida até em Buenos Aires.
O curta (que ainda não tem nome definido) não será adaptação de nenhuma história específica, mas o diretor promete ser fiel à essência do personagem, que teria “inspirado” o célebre Monstro do Pântano da DC Comics, criado cinco anos depois. O filme contará a história de dois criminosos que entram no pântano para desovar corpos de suas vítimas, quando então se deparam com o Morto. “O enredo começa de forma tradicional, muito similar a algumas histórias já publicadas, mas vai ficando progressivamente mais surreal e bizarro”, diz Ellovitch, que completa: ”O filme do Morto vai ser carregado de belas imagens terríveis, coisas só vistas antes nos pesadelos”.
Mônica Roxana Colonnese, filha do desenhista, elogia o projeto: “É uma honra para nós (a família) e por isso aplaudimos a iniciativa. Era preciso colocar o nome dele nas telas e preservar sua memória, seu trabalho e a arte que meu pai tanto amava”.
A produção atualmente está em fase de captação de recursos, mas já conta com roteiro concluído, arte conceitual e storyboards. A julgar pela convicção do diretor, a produção estará à altura do traço do mestre italiano: “O Morto do Pântano é o único capaz de fazer justiça com uma vingança que será inesquecível para os espectadores”.
Eugênio Colonnese será homenageado pelo Troféu HQMix deste ano, cuja cerimônia de entrega ocorre nesta sexta-feira, dia 21 de agosto, a partir das 20 horas no teatro do Sesc Pompéia, em São Paulo. Sua criação mais famosa, a vampira Mirza, dará forma ao troféu entregue aos vencedores.
Eugênio Colonnese foi desenhista e roteirista de quadrinhos. Nasceu na Itália e, em 1964, mudou-se para São Paulo. Em 1967, criou Mirza e o Morto do Pântano. Passou os anos 70 afastado dos quadrinhos, trabalhando em livros didáticos. Retornou na década seguinte, trabalhando em revistas de terror como Spectro, Calafrio e Mestres do Terror. Em 1985 e 1994 ganhou dois troféus Ângelo Agostini, conferindo-lhe o título de Mestre dos Quadrinhos. Em 1995, recebeu o Troféu HQMix de Mestre do Quadrinho Brasileiro. Colonnese faleceu em agosto de 2008, com 78 anos.
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