A última vez que Neil Gaiman falou, em setembro, sobre o filme da Morte, a personagem que ele criou em Sandman, a produção já estava parado devido ao fim da produtora New Line, hoje parte da Warner Bros. O roteiro está pronto e o próprio Gaiman estava escalado para dirigir - tarefa que aceitou após estudar com Guillermo del Toro (Hellboy 1 e 2) e dirigir curtas.
À revista New York, Gaiman comentou que Morte chegou a ter sinais de vida no início de ano, mas voltou ao ponto morto por um novo motivo: a reestruturação da DC Comics como DC Entertainment, na qual a editora avalia todos os personagens dos quadrinhos no seu potencial para virar grandes propriedades no cinema.
"Tínhamos acabado de acertar com uma empresa do grupo Warner e tudo estava pronto. Mas foi estranho. Se você me perguntasse em março deste ano sobre Morte, eu diria que ele estava morto em caráter definitivo. E se me perguntasse em abril, eu estaria totalmente alegre e diria: 'Não, não, não, é certo que vai acontecer'. E em junho, julho, os novos cabeças da DC e da Warner basicamente trancaram tudo... Tudo está sendo reavaliado para decidir o que vai ser, para decidir se vão fazer ou não. E Morte é uma das coisas que foi trancada. Então, não sei se tem chance de voltar à vida. Morte parece difícil de matar. E, na verdade, ficarei contente seja como for", comentou o escritor.
Ele mantém os planos de dirigir, porem: "Eu queria muito fazer um filme da Morte porque sei que, para mim, o tom de voz é a coisa mais importante do filme. Não queria que ninguém fizesse um filme ruim da Morte, assim como não quero que façam um filme ou seriado de TV ou seja o que for de Sandman que fique ruim".
Na entrevista, Gaiman ainda comenta outras possibilidades de adaptação de seu trabalho: diz que gostaria de ver um musical baseado em Sandman. E que já recebeu propostas de adaptação de Orquídea Negra, uma minissérie que escreveu nos anos 80, como um balé. Curiosamente, a própria WB que devolveu Morte à geladeira estuda adaptar Sandman à TV.
Por fim, Gaiman fala em quadrinhos, e dos convites abertos que têm nas maiores editoras dos EUA: "Vivemos num mundo no qual, assim que eu quiser, posso pegar o telefone e ligar para Joe Quesada ou Dan DiDio e dizer 'posso fazer o Dr. Estranho por seis meses?' ou 'posso escrever uma série do Superman?'. Ou da Mulher Maravilha, ou do Vingador Fantasma, ou seja do que for. Não estou dizendo que nunca vai acontecer. Tem tanta coisa que quero escrever antes que eu me vá. E já estou sentindo as primeiras e estranhas insinuações de que essa coisa toda é finita'.
O escritor completa 50 anos no próximo dia 10.
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