segunda-feira, 15 de setembro de 2008

[ESPECIAL] DC Comics - 70 Anos de Triunfo (Parte 2)






O RENASCIMENTO

A Era de Prata teve início quando Julius Schwartz decidiu reinventar os heróis clássicos para uma nova geração. O novo Flash (Barry Allen) fez sua estréia em Showcase 4, de 1956. O Lanterna Verde (Hal Jordan), em Showcase 22, de 1959. Magia deu lugar à ciência. Universos se expandiram. Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Aquaman e Caçador de Marte formaram a Liga da Justiça da América. Mil anos no futuro, os feitos de Superboy (o Superman adolescente) inspiraram a criação da Legião dos Super-Heróis, jovens de diferentes planetas com um ideal comum. A família do Homem de Aço cresceu com a Supergirl e Krypto, o Supercão. Quando o Flash (Barry Allen) encontrou o Flash anterior (Jay Garryck), que ele lia quando criança nos quadrinhos, um novo universo surgiu. O Multiverso DC. Os heróis da Era de Prata, que viviam na Terra 1 passaram a se encontrar com os da Era de Ouro, que viviam na Terra 2, na "Crise de Dois Mundos", com Liga e Sociedade da Justiça, iniciando a tradição de crises na DC Comics.

Quadrinhos se tornaram mais sofisticados e relevantes na década de 1970. Dennis O´Neil e Neal Adams tornaram Batman mais assustador, e trataram temas como vício em drogas na adolescência com o personagem Ricardito, na série Lanterna Verde/Arqueiro Verde. Elliot S! Maggin questionou se "Deve Existir Um Superman?", quando todos já sabiam qual seria a resposta final. Jack Kirby trabalhou conceitos na revista Superman Pal´s Jimmy Olsen e apresentou Darkseid e os Novos Deuses. Os parceiros adolescentes cresceram como os Novos Titãs, de Marv Wolfman e George Pérez. E a revolução estava ainda no início. O filme Superman, de Richard Donner, estrelado por Christopher Reeve, Margott Kidder, Gene Hackman e Marlon Brando chegou aos cinemas em 1978. O mundo acreditou que um homem podia voar.

QUADRINHO NÃO É COISA DE CRIANÇA!

Na década de 1980, Batman - O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, e Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, redefiniram todas as regras ao desconstruírem o ideal dos super-heróis, ganhando destaque em diversas mídias e estabelecendo um formato de edição luxuosa para as novas publicações. "Crise nas Infinitas Terras", de Wolfman e Perez, reiniciou a cronologia do Universo DC. Surgiram os novos Superman, de John Byrne, Batman, de Frank Miller e David Mazuchelli, Mulher-Maravilha, de George Pérez, além da Liga da Justiça com heróis menos grandiosos em tom de humor, por Keith Giffen, J.M. deMatteis e Kevin Maguire.

Giffen tomou as rédeas da ficção científica na DC, com "Invasão!", a nova Legião dos Super-Heróis adulta, e a L.E.G.I.Ã.O., seus ancestrais, no presente. Os trabalhos de Alan Moore, no Monstro do Pântano, de Grant Morrison, no Homem-Animal, e de Neil Gaiman, em Sandman - aclamada como a melhor série mensal de todos os tempos - inspiraram a criação da linha adulta Vertigo. John Constantine, bruxo inglês criado por Alan Moore, ganhou o título próprio, Hellblazer, assinado por Jamie Delano.

Em 1989, Batman chegou aos cinemas pelas mãos do visionário Tim Burton, com Michael Keaton (Batman/Bruce Wayne), Jack Nicholson (Coringa) e Kim Bassinger (Vicky Vale). A batmania ressuscitou e três seqüências foram produzidas ("Batman - O Retorno", "Batman Eternamente" e "Batman & Robin"). Batman - A Série Animada, de Bruce Timm e Paul Dini, ainda é considerada referência em termos de super-heróis, e surpreendeu pelo teor adulto das histórias e animação dinâmica. Logo foi a vez das versões animadas de Superman e Liga da Justiça. Posteriormente, Jovens Titãs e Legião dos Super-Heróis. Em 1992, "A Morte do Super-Homem", sob o comando de Dan Jurgens, parou o mundo. Em seguida foi a vez da "Queda do Morcego", do "Crepúsculo Esmeralda" e de muitos eventos bombásticos, no qual deve-se destacar o esperado casamento do Superman com Lois Lane.

Grant Morrison e Mark Waid deram uma virada na história em 1996, com a publicação das obras Reino do Amanhã (Mark Waid/Alex Ross) e JLA (Grant Morrison/Howard Porter). Super-heróis voltaram a significar esperança, poder voltado para o bem e vitória sobre todas as forças. Um Superman icônico e inspirador e um Batman inteligente e implacável moldaram a nova onda heróica nos quadrinhos. Apareceram séries como a "Justiça Jovem", de Peter David e Todd Nauck, com a nova geração de heróis adolescentes, a Sociedade da Justiça, reerguida por James Robinson, David S. Goyer e Geoff Johns, e constantes reformulações da Legião dos Super-Heróis e dos Novos Titãs.

Sob o comando de Dan Didio, uma nova direção foi iniciada em "Crise de Identidade", do romancista Brad Meltzer com arte de Rags Morales. O Universo DC foi levado à "Crise Infinita", "52", "Contagem Regressiva" e "Crise Final". Grant Morrison e Frank Quitely conquistaram dois Eisner Award consecutivos na definitiva All Star Superman. Frank Miller e Jim Lee polemizaram com All Star Batman e Robin, o Menino Prodígio. Geoff Johns tornou-se ícone da atual geração de escritores de super-heróis, passando por Flash, JSA, Novos Titãs, Lanterna Verde e Superman. Grant Morrison mescla todas as fases de Batman numa saga coerente e devastadora.

Batman Begins despertou novamente o interesse pela DC Comics nos cinemas, seguido de Superman - O Retorno e alcançando sucesso absoluto com Batman - O Cavaleiro das Trevas. Watchmen está a caminho. Ainda deve ser ressaltado o fenômeno televiso Smallville, série baseada num super-herói mais duradoura da história.

A DC Comics faz 70 anos. Jerry Siegel e Joe Shuster são cada vez mais reconhecidos. E nada pode abalar o universo guiado por um Superman movido por amor.

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