segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Início do Fim: Resenha da estréia da 10ª (e última) temporada de "Smallville"

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"E AGORA, A TEMPORADA FINAL DE SMALLVILLE!"

10 anos. Duas décadas. 197 episódios (até aqui, o 10x04 marcará o 200º). "Smallville" chega à sua derradeira temporada, onde velhos arcos serão concluídos e ao mesmo tempo marcará o início de uma nova e fase na vida do futuro Superman.

Clark Kent (Tom Welling) vivenciou muitas aventuras no decorrer desses anos, mas também sofreu perdas irreparáveis. Pô o mundo sobre suas costas, enquanto era obrigado a fazer escolhas. Escolhas que, ironicamente, independente de quais fossem, sempre traziam consequências e novos arcos de histórias. Acompanho a série desde o início quando eu tinha 11 anos (farei 20 em janeiro) e posso afirmar aqui: Smallville influenciou totalmente na vida, consciente ou inconscientemente. Passei por muitas situações semelhantes ao Garoto de Aço, que, acreditem ou não, sempre ocorreram quase que ao mesmo tempo. Não é ficção afirmar que Clark e eu sofremos, aprendemos e amadurecemos juntos. Não, não enfrentei alienígenas, nem comecei a usar um uniforme e combater o crime (apesar qu uma de minhas metas é cursar jornalismo). Refiro-me no aspecto mais humano/social. Tivemos experiências amorosas quase parecidas. Vimos um amigo que era como irmão se virar contra nós. Escondemos segredos e sentimentos e, por vezes, magoamos algumas pessoas ou até nós mesmos. Aprendemos o valor de uma vida humana, a amá-la e ajudá-la. Descobrimos que o grande amor estava mais próximo do que imaginávamos. Por consequências de atos, amaduremos em alguns aspectos. E, por fim, chegamos a um ponto onde aprendemos que, quem nós somos e o que fizemos no passado, não fui o suficiente. Como Clark neste 1º episódio da última temporada, eu não me sinto pronto para o que a vida reserva daqui em diante. No entanto, diferente de Clark, eu não sei ou não tenho certeza do meu amanhã. Já ele sabe qual seu destino e, talvez por isso mesmo, ele não esteja pronto. O fato de "sabermos" nosso destino não nos faria tomarmos as rédeas da carruagem com nossas próprias mãos, podendo em algum ponto desviar do caminho certo? Talvez seja isso que aflige Clark. Talvez seja isso que ele terá de aprender, para que realmente possa cumprir esse destino e assim ser quem ele está destinado a ser.

Antes de falar sobre o episódio em si, deixem-me dizer que até o "previonsly on" (anteriormente em) me empolgou. Cenas das primeiras temporadas, intercaladas com cenas de impacto da temporada anterior, me deixaram empolgado e certo de que essa temporada será eletrizante.

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"Lazarus" começa imediatamente onde "Salvation" terminou, com Clark caindo em direção à morte. Ou quase isso, já que após vermos o corpo dele estendido no chão (sem seus poderes, ele não deveria se espatifar no chão??), vemos ele passar por uma "experiência de quase-morte". Aliás, essa cena ficou muito boa. Muita claridade (sol, aleluia!). Os efeitos especiais para criar o céu em movimento e as tomadas mostrando o milharal garanmtiram uma cena bem produzida. Logo, Clark ouve a voz de Jor-El, que explica a situação para ele. O que eu falei antes é abordado aqui. Não importa o que de bom fizermos, nunca será o suficiente. Para o kryptoniano, isso não é diferente. Ele se sacrificou para um bem maior, no entanto um mal maior está por vir. Clark retorna, mas não sem antes se deparar com "Lex".

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Lois (Erica Durance) retirando o punhal e tomando a decisão de que Clark não soubesse que ela sabe seu segredo, deu início a algo que poderá ser bem divertido, se bem explorado (espero que os produtores acertem a mão em Clois nessa temporada!). Ao mesmo tempo mostra o amadurecimento de Lois (vide seu namoro como o Arqueiro Verde na 6ª temporada), já que ela concientiza-se de que o mundo precisa muito do Borrão e ela não quer atrapalhar isso, deixando assim o herói focado em cumprir com suas responsabilidades. A propósito, a cena de Clark se erguendo e "recarregando-se" (por assim dizer) com a energia do sol amarelo ficou muito boa.

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Última temporada. Muitas coisas a serem resolvidas. Comecemos por Tess (Cassidy Freeman). A diva da LuthorCorp que, supostamente havia morrido em "Salvation", acorda viva e sem cicatrizes numa estação dos Laboratórios Cadmus. Sabemos que a existência da personagem sempre fou relacionada a história dos Luthor. E aqui, é ela quem conduz a volta de Lex Luthor em cena. Bem, não é o Michael Rosembaum, no entanto os produtores acertaram em sua explicação. Clones sendo construídos a partir do DNA de Lex, para que assim o vilão pudesse se regenerar. No entanto, as experiências parecem ter tido efeitos colaterais, como velhice progressiva. Em meio a isso, temos um clone ainda jovem de Lex, um garotinho chamado Alexander, que escapa da chacina provocada por seu "irmão mais velho", o clone mais duradouro e perverso de Lex até aqui. Interpretado com competência por Mackenzie Gray, o clone tem todas as memórias de Lex e parece ser ainda pior do que o original. Devo admitir, no começo, achei ele muito parecido com os Lex's dos filmes do Superman, um careca doido e que quase faz você rir (sem falar que, na aparência, o cara mais parece o Nosferatu). Esse "Lex" destrói todas as outras cópias, já que se julga o único digno de sustentar o sangue do original (ou "o criador", como eles chamam).

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Ver Clark de volta à WatchTower e buscando pistas do paradeiro de Lex foi bem legal. Finalmente, o homem de aço lembrou do careca e agora, mais do que nunca, está disposto a detê-lo. E com isso, vemos Chloe, que está desesperada para encontrar seu amado de couro verde.

Com a entrada em cena de Oliver (Justin Hrtley), aprisionado/vendado/espancado, fomos apresentados pela 1ª vez a um dos vilões coadjuvantes que povoarão essa temporada, Godrey (apesar de não terem dito seu nome no episódio). Ainda não se sabe se Godfrey é um assecla de Darkseid ou apenas alguém lunático que quer acabar com os heróis fantasiados. No entanto, ele já deixou bem claro, na filmagem vista por Chloe, "Nós iremos atrás de vocês também".

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Ao longo de 10 anos, acompanhamos também a evolução (ou regressão?) de Chloe Sullivan (Allison Mack). De mera jornalista de colegial inxerida e ingênua, passando por repórter de verdade e confidente de Clark, até se tornar uma pessoa dúbia e reclusa com complexo de sacrifícios. Que Chloe é a personagem mais sofrida da série, não há dúvidas, talvez até superando (a mais dúbia ainda) Lana. Ela, que foi possuída por uma força cibernética sinistra, abrigou um serial killer intergalático e como consequência presenciou o assassinato de seu marido, chega a mais um ponto doloroso de sua vida. Para salvar seu novo amor, ele decide arriscar tudo e fazer um ''último sacrifício''. Quando ela coloca o capacete do Sr. Destino, as consequências não vem da maneira como esperávamos. Ela (aparentemente) não ficou louca, nem desapareceu. Simplesmente (porém, nem tão simples assim) ela acaba trocando de lugar com Oliver, sem que ele saiba. O que acontecerá com ela e qual o interesse de Godfrey e sua equipe nela, talvez não saibamos até a metade da temporada. Um gesto que resultou numa cena sem nenhuma palavra, todavia, de grande impacto. E fico pensando, terá a volta dela algo relacionado ao "grande acontecimento da midseason" que os produtores comentaram? Eu acho que sim. Quem sabe, um verdadeiro último sacrifício.

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De sacrifícios, a série está cheia, e este é o desafio de hoje para Clark. "Lex" sequestra Lois e a amarra numa cruz de madeira, no meio do milharal de Pequenópolis, uma atitude de certa forma poética da parte do vilão. E quando o Borrão reencontra seu velho inimigo, ele é confrontado a fazer uma escolha e assim, mais uma vez, optar por um sacrifício. Mackenzie, realmente, arrebentou nessa cena, imitando tanto a entonação de voz quanto os trejeitos característicos de Rosembaum na pele de Luthor. Além do mais, o diálogo entre os ex-amigos foi esclarecedor, mostrando em parte o porque de Clark ainda não estar pronto para assumir o manto vermelho. O personagem de Lex Luthor é conhecido, nos quadrinhos, por sua arma mais mortal contra o Superman: a inteligência. Ele pode não ter superforça, mas sabe como perturbar ou até ferir através de palavras. Palavras que se mostram ter realmente um fundo de verdade, provocando no Borrão uma ira guardada há muito tempo e que quase causa a morte do careca. Mas a escuridão está só começando e o Borrão ainda não cedeu a esse ponto. Se ele não voa ou não usa colante azul e capa vermelha, ele mostra que está no caminho para isso e, num ato de superação, salva Lois de morrer queimada e, em seguida, protagoniza uma cena grandiosa em que detém o globo do Planeta Diário com um "quase vôo", mostrando sua forma humana (não o rosto) e ganhando aplausos de cidadãos esperançosos.

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Sei que muitos ainda não entendem como, após tudo que passou nas duas últimas temporadas, Clark ainda não tenha se tornado digno de ser o Superman. Bem, tivemos um pequeno indício na cena "pós-morte", tivemos um diálogo forte e surpreendente com o clone de Lex, e por fim entendemos o que os produtores queriam dizer, quando Clark é teletransportado para a Fortaleza da Solidão. O herói é confrontado pela voz de Jor-El, que lhe aponta seus erros e "joga na sua cara" que ele jamais poderá ser o salvador da Terra. Palavras duras, talvez precipitadas, mas que se mostram reais diante da atual situação de Clark. Após quase morrer e ser humilhado por seu arqui-inimigo, Clark chegou ao limite com o sermão de seu pai biológico, e com isso libera toda sua raiva reprimida e expõe seu lado sombrio que (exceto pela kryptonita vermelha) nunca havia aparecido. Tantos anos na Terra, convivendo com humanos, Clark se mostra egocêntrico ao exaltar seus atos heróicos. Vemos alguém que devia ser o símbolo de esperança extravasar o lado mais mesquinho dos seres humanos, alguém orgulhoso de si mesmo. Concordo que toda essa abordagem parece ter caído de para-quedas na temporada, algo para prolongar a transformação do homem no super-homem, uma maneira de preencher 22 episódios até vermos Tom Welling vestido no uniforme clássico. No entanto, as acusações de Lex, de certa forma, faziam algum sentido e, aqui, Clark mostrou que eram verdadeiras, mostrou algo que sempre esteve escondido mas que ainda assim existia. Por mais doloroso que seja, Jor-El está certo. Ainda não é a hora. Palmas para Tom Welling, que me surpreendeu na atuação dessa cena, tornando-a assustadora para quem acredita no "S".

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A última temporada promete trazer muitas surpresas e impactos nos telespectadores. A ansiedade em ver o maior super herói de todos em ação é grande. Mas até lá, como Clark, temos um caminha a trilhar, onde no fim, a escuridão será vencida e o sol brilhará sempre olharmos para cima e lá estiver o Homem do Amanhã.

Antes de encerrar, não posso deixar de citar 3 cenas especifícas que, certamente arrancaram pulos, gritos e até lágrimas de quem assistiu a premiere.

Ainda que a presença de "Lex" seja recorrente ao longo do percurso (lembrando que Tess "adotou" Alexander, e este pode vir a envelhecer como os outros), a maior ameaça deverá ser aquela que vem da escuridão para espalhar ainda mais escuridão. Temos um pequeno e rápido vislumbre de Darkseid, ascendendo numa forma ainda não sólida no auto da cidade.

Duvido que alguém não tenha se emocionado com a aparição do fantasma de Jonathan Kent (John Schneider) e seu reencontro de Clark. Que bela cena! Bateu uma saudade das conversas entre pai e filho nas primeiras temporadas. Foi muito bom ver John novamente. Eu eu confesso: quase chorei uma lágrima nesta cena. A relação entre pai e filho sempre foi muito forte entre eles e aqui ela teve um impacto todo especial.

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Para encerrar, o episódio fechou com uma cena focando um certo uniforme vermelho e azul guardado na Fortaleza e que, dentre alguns meses, será enfim utilizado.

Que inicie...o fim!

NOTA 10

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