segunda-feira, 9 de março de 2009

Alan Moore Critica os Filmes e Diz Que Não Lê Gibis Há Anos!


Alan Moore está de volta. Mas mais calmo, em relação às outras entrevistas que vem dando à mídia anglófona. Desta vez, foi a revista dos EUA Wired que publicou uma longa conversa com o inglês barbudo, onde ele revela, por exemplo, que não lê gibis de super-heróis há vários anos.

"Tenho que dizer que não vejo um gibi, muito menos um gibi de super-herói, há muito, muito tempo - faz anos, provavelmente uma década desde que olhei algum com atenção. Mas me parece que as coisas que se pretendiam críticas ou satíricas em Watchmen agora são simplesmente aceitas só pelo que aparentam na superfície. Assim, ando bastante pessimista quanto à idéia dos 'cruzados de capa'", diz.

E ele continua defendendo sua teoria de que os super-heróis só deram certo nos quadrinhos dos EUA por causa da postura belicista de superioridade do país. "Por exemplo, bombardear alguém das alturas é o equivalente a ter vindo de Krypton bebê e ganho superforça e poder de voar por causa da gravidade fraca da Terra. Talvez seja uma interpretação simplista, mas é o jeito como vejo os super-heróis hoje em dia."

Na hora de reclamar das adaptações de suas obras para o cinema, Moore nem é tanto incisivo. Chega inclusive a comentar que já derramou veneno por várias outras entrevistas, e que tudo já foi dito. Mas não deixa de fazer alguns comentários precisos sobre adaptações de quadrinhos em geral:

"Houve uma época em que eu dizia que se um dos meus trabalhos poderia funcionar como filme, seria o primeiro volume de Liga Extraordinária. Ele tinha uma estrutura que poderia virar roteiro direto, e teria sido tão poderoso quanto na publicação original. Mas eu estava subestimando as inclinações da Hollywood contemporânea, com a qual eu simplesmente não acredito que qualquer de meus trabalhos se beneficiaria de virar filme. Muito pelo contrário, na verdade."

"Veja essa idéia de fazer um filme de Spirit. Eu diria que é bastante óbvio que The Spirit não é a história de um cara de máscara azul que enfrenta o crime quando sai do seu túmulo de mentira. The Spirit é sobre os quadros na página, e o jeito como seu olho dança de um para o outro. São as formas e layouts e designs inovadores que Will Eisner trouxe para a mídia. Não dá para traduzir isso em filme. Por mais que Eisner amasse o cinema e tentasse tirar várias técnicas dali para os quadrinhos, há coisas numa página de Will Eisner que você não consegue traduzir para a linguagem do cinema."

"Tenho dinheiro suficiente para ficar confortável. Tenho uma vida tranqüila, pago minhas contas no fim do mês. Não quero um monte de dinheiro que dependa de diluir algo do qual tenho orgulho. Essa é basicamente minha atitude quanto à idéia de meus trabalhos serem adaptados para qualquer outro formato."



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