Smallville: Episódio-épico faz ligação com "New Krypton"

(Introdução de Andrusha-El)

Vinte anos antes do fim de Krypton, uma cidade em guerra. O Major Zod comanda uma frente de batalha contra o misterioso grupo terrorista "Black Zero". Soldados tendo amostras de sangue retiradas para um projeto de clonagem, contra o qual nem mesmo seu responsável está de acordo: Jor-El. Jor-El surge no campo de batalha como amigo de Zod, que apoia o renomado cientista contra o coletador de sangue. Kandor é varrida por uma explosão atômica...famílias mortas e quase toda a esperança. A solução está no projeto orbe/clonagem e exportação dos melhores homens e mulheres de Krypton: Decisão do Supremo Conselho do Krypton.

Mas "Jor-el é um traidor! Está na Terra agora exibindo-se e não compartilha dos seus poderes com aqueles todos que como ele foram “preservados” no orbe. É seu dever para com o Kandorianos." - Zod informando seus comparsas.

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Essa é a introção de "Kandor", último episódio de Smallville exibido até aqui e sem dúvida, não só um dos melhores dessa temporada, mas de toda a série!

Respostas a perguntas que pendiam desde o final da 8ª temporada. Ligações com episódios passados de outras temporadas. Emoção. Efeitos especiais. E a chegada de um antigo personagem conhecido do público, mas jamais visto em carne e osso, até agora: Jor-El, o pai biológico de Clark Kent. Um episódio épico, sem dúvida!



Depois de Lois fugir da cidade, após o beijo Clois no final do episódio passado, - e de Chloe tranquilizar o rapaz, afirmando que isso é típico da Lois, mas só porque ela está insegura e precisa pensar (a piada sobre Clark gostar de Lois desde a décda de 30 foi bem sugestiva! - 1938) - Clark decide voltar suas atenções para os "visitantes" kryptonianos. Com a ajuda da amiga, Clark descobre um símbolo no deserto da Turquia. O rapaz de aço decide 'correr' até lá para investigar, mas Chloe impulsiona uma retomada na amizade dele com Oliver, que se prontificou a levar o amigo de avião. Bem, de fato, após a recuperação de Oliver ("Roulette"), eles precisam atuar mais juntos mesmo, apesar de Clark saber que o amigo ainda pode sentir algo por Lois ("Crossfire").



A relação de Zod e Tess (TOD, como alguns já apelidaram) tem rendido cenas bem tensas, mostrando todo o poder desses dois personagens, que agem atrás de suas manipulações e sensualidades. Só espero que não inventem um romance para esses dois. Que fique apenas nesse joguinho (in)discreto de gato-e-rato, como faziam os antigos Luthor (manipulação é tudo!) Após receber o 'aviso' de Tess em "Crossfire", Zod se encontra com a milionária, diante de uma parte afastada da cidade, onde o kandoriano observa o símbolo gigante do "Borrão" gravado numa placa. Zod requisita a ajuda de Tess para localizar um traidor de sua raça, alguém que veio com eles da orbe e pegou os poderes do sol, somente para si, alguém que o povo da Terra denominou apenas como Borrão: Jo-El. O olhar de "conhecimento é poder/eu tenho algo que você não tem" da Tess para o major, afirmando que já tem um grupo procurando por Jor-El, sem deixar de transmitir um gesto de sensualidade. Típico dela. Essa interação ainda vai render muito!



Clark e Oliver caminhando pelo deserto da Turquia. Uma ótima cena! É muito bom quando a produção da série investe em cenários diferentes. Ok, a princípio é estranho ver Clark de camiseta e jaqueta escuras no meio do deserto, mas passados alguns segundos você lembra que o rapaz não sente nem frio nem calor. E a conversa entre eles casa perfeitamente com o ambiente. Oliver mostra que recuperou até o bom humor e afirma ter superado as coisas com Lois, insinuando que se ele (Clark) queria trazê-lo ao deserto para se livrar dele e então poder ficar com Lois, preferia então que fosse num lugar mais gelado como o Ártico (rs).
Bem, Clark parece não estar muito para conversas, mantendo-se totalmente focado em sua missão, ao que Oliver ainda insiste, afirmando que vai lhe presentear uma dose de Bom Humor no Natal. Só Oliver mesmo...

Mas, eis que Clark encontra o local que estava procurando e, ao ver, algumas marcas (como símbolos) estranhas, nos surpreende com sua atitude: Clark lembrou que tem super-sopro e o usa para varrer a areia e descobrir "seu" símbolo (o S) gravado enormemente no chão. Bem, após 3 temporadas, essa é a 3ª vez que Clark usa esse poder (6x02 e 8x05). Ok, já é um grande avanço!
Voltando ao símbolo, as surpresas não param por aí. Clark descobre um medalhão kryptoniano na areia, onde as incrições revelam que ele pertence a...Jor-El?!
- "Meu pai...está na Terra!", exclama.



De fato, Jor-El - ou uma versão mais jovem dele - está na Terra. Mais precisamente em Pequenópolis. Ele chega a fazenda. Porém, para sua surpresa, ele se depara com...Chloe Sullivan. Tamanha é a surpresa da loirinha ao descobrir que está diante do famoso Jor-El, pai biológico de seu melhor amigo, Clark Kent. A surpresa (ou uma delas) deste encontro é que Jor-El não sabe que seu filho mora ali. Na verdade, ele nem tem conhecimento sobre ter um filho. Acontece que essa é a versão jovem do kryptoniano, vinte anos antes do nascimento de Kal-El e da destruição de Krypton. Porém, ele já esteve nessa fazenda, como ele bem lembra (e nós também - alusão ao episódio "Relic", da 3ª temporada), e queria mais uma vez sentir o bem-estar e o amor que existe nela. Mas não foi só o Papai-El que decidiu fazer uma visitinha. Zod está na Terra, e isso preocupa imediatamente a Chloe. Para explicar melhor o que está acontecendo, o cientista kryptoniano revive memórias de seu passado:

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(Por Andrusha-El)



Jor-el é idealista e sabe que a solução redentora do Alto Conselho de Krypton para preservar vidas, é falha e inconsequentemente arrogante. Insurreição do cientista?. E o Conselho delibera. Merece a morte! O veredito...

Mas, Zod, que apoiara o amigo no campo de batalha, em parar o processo de clonagem na origem, surge e se insurge, exigindo poder falar diante do Conselho: seu testemunho fraterno e apaixonado salva a vida do amigo. (Jor-el está livre. Mas a contra-gosto terá de concluir o "projeto orbe" e ainda inserir o DNA próprio e o do amigo.) Dívidas...

(Referência inversa ao filme de Richard Donner: neste Zod é o insurreto que implora -sem sucesso - ao amigo ir contra o Conselho, livrando ele e seus aceclas de irem para a Zona Fantasma. Maravilhoso gancho em um passado mais distante para o ódio de Zod, em SM I - Smallville arrasando!)

Chloe, ouvinte e a par dos fatos, rebate a culpa de Papa-EL. Ele não sabe no que o amigo se transformara, duas décadas depois...(Arrasa, Blond-EL!)

Depois de uma conversa reveladora sobre Zod (que não vimos, mas saberemos em seguida), Jor-el fala a Chloe de sua visita anterior (gancho com “Relic”, demais!), das experiências positivas com os Kent, do ambiente amoroso e acolhedor para onde acabou por enviar seu futuro filho. Chloe ouve, assimila e só confirma as decisões e julgamentos dos El como acertadas! Ponderada e Precisa...

* Notem, a conversa dos dois retoma elementos da que houve entra ela e a "Voz de Jor-El" em "Traveler": confiança nos terráqueos, alertas sobre ameaças a Kal-El (nesse caso a alusão a Zod!), o efeito da ajuda (a Kal-el!) que as informações de alerta dadas por ela a Jor-El (mais o que dirá Tess), terá na conversa com Zod mais tarde. Enfim, mais uma vez, Chloe garante o futuro de Kal-El*

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Com esses últimos acontecimentos, fica explicitamente explicado que tanto Jor-El, Zod e os demais kandorianos que estão na Terra são, na verdade, clones dos originais. Sem conhecimento de suas vidas futuras, já que os verdadeiros seguiram suas vidas em Krypton nos 20 anos restantes antes da explosão de Krypton. Mas a questão agora é encontrar e deter Zod! O que terá de esperar, já que Jor-El precente o perigo e após nocautear Chloe (para salavá-la), luta contra os agentes de Tess, que invadem a fazenda, mas acaba sequestrado.

Acorrentado na adega de vinhos da Mansão Luthor, Jor-El conhece a divã poderosa da LuthorCorp. E como bom kryptoniano que é, Jor-El não se deixa enganar tão fácil, afinal ele é um cientista e sua sabedoria está anos à frente a de qualquer ser humano.

JOR-EL: Quem é você?
TESS: Uma amiga.
JOR-EL: Moça, nós dois sabemos que isso não é verdade.



Logo, Tess afirma que só está fazendo isso para protegê-lo dos soldados de Zod, e se mostra ciente da existência de seu filho na Terra. Zod acredita que Jor-El é o Borrão e, quando encontrá-lo, vai querer pegar os seus poderes. Tess parece mesmo acreditar que esteja fazendo um ato de bondade na tentativa de salvar a humanidade (tal qual era Lex, de forma doentia), libertando os kandorianos para que, com seus poderes, pudessem salvar as pessoas de si mesmas. Mas Jor-El garante que ela não deveria ter aberto a Orbe, pois agora, ao invés de ajudar a Humanidade, ela pode ter causado sua destruição. Ele ainda explica que kryptonianos não se diferem dos humanos no caráter. Apesar de pertencerem a mundos diferentes, ambas as raças tem o bem e o mal e, com poderes, esse mal se aflora....foi por isso que ele adicionou kryptonita azul no experimento dos clones há quase 40 anos atrás, para que isso os impedisse de usufruir dos poderes do sol amarelo. Mas, como é preciso haver um equilíbrio, as esperanças agora estão nos ombros do Borrão e para que isso não venha a mudar, Tess propõe uma dura decisão a Jor-El: ele terá de sacrificar-se por seu filho. Para isso, Jor-El terá de fingir ser o Borrão!

Uma dualidade bem interessante sobre pai e filho. Ao mesmo tempo que Jor-El descobre ter um filho e assume a responsabilidade de protegê-lo (mesmo sem conhecê-lo pessoalmente), Clark está inseguro em conhecer seu pai biológico. Durante a viagem de volta, no jato particular das Industrias Queen, ele comenta essa insegurança com Oliver, debatendo sobre o porque a voz de seu pai na Fortaleza teria escondido dele de que está na Terra, do por que não o procurou. A verdade é que Clark teme encontrar seu verdadeiro pai, após todos esses anos, após tudo que passou. Mas Oliver realmente é Oliver novamente. Não no sentido playboy, mas responsável e está dando uma de amigo para Clark, afirmando que se pudesse iria ao inferno só para dar um último abraço em seu pai. Muito bonita essa amizade e companherismo de Clark e Oliver. E ambos parecem mesmo precisar um do outro. Depois de Lex, Clark nunca teve um amigo de verdade outra vez. Tentou em Davis, mas todos nós sabemos no que deu. Tentou em Jimmy, mas não havia química suficiente e, quando pintou a oportunidade do companherismo, o pior aconteceu. Talvez, finalmente, Clark e Oliver tenham encontrado um sentimento de irmão um no outro. Onde um sempre estará lá para apoiar e levantar o outro.

De volta a Mansão...Tess se encontra com Zod. Os dois brindam os fãs com mais um showzinho de manipulações e atuações brilhantíssimas. Porém, como diz o ditado popular, se um dia é da caça, o outro é do caçador, e dessa vez, após tentar seduzir a diva com uma taça de vinho, quem levou a melhor foi Zod.

ZOD: Não se preocupe. Porque enquanto estávamos saboreando nossa bebida, meu pessoal pegou algo muito mais valioso da sua adega.



E nessa cena temos finalmente o confronto cara-a-cara de Zod e Jor-El. Dois ex-amigos, unidos pela guerra, separados pela ciência. Ou talvez, simplesmente, pelo egoísmo de Zod. O que nos leva a indagar: será? será mesmo egoísmo? Que mal havia em Zod querer seu filho ressussitado através dos clones? Que mal há em um pai em querer abraçar seu filho mais uma vez? Afinal, por que Jor-El recusou-se a atender o pedido do amigo? Egoísmo? Frieza? Ou ética? Teria Jor-El sido o responsável por quem Zod se transformou? Questões filosóficas que celaram uma amizade, transformando-a numa rivalidade, que causou o fim de um planeta. Questões como essa já foram levantadas antes, não só na série, como em outras mídias. Teria sido Lionel o responsável por Lex se tornar alguém amargo? Teria sido Clark o responsável por transformá-lo no vilão que é? Teria sido Obi-Wan o responsável pela queda de Darth Vader ao lado sombrio? (Star Wars) Teria sido Batman o responsável pelo caminho escolhido de Harvey/Duas-Caras? (The Drak Knight) Questões idênticas, que levam sempre à mesma dúvida. Mas será tão difícil assim entender? Certamente há muitos detalhes e variáveis a serem analisadas, mas ainda assim...pode um mal julgamento, um incidente, o fim de uma amizade causar a transformação de uma pessoa em algo ruim? Decididamente, não. Você é aquilo que quer ser. Suas decisões são suas. As consequências de tais atos são responsabilidades suas. Culpar uma tragédia, más lembranças ou outra pessoa, por quem você decidiu se tornar ou fazer, é insano. Você faz seu próprio caminho. Mas isso é algo que os grandes vilões não enxergam. E, ironicamente, é isso que os faz ser tão interessantes no contexto da história.

Filosofias e nerdices à parte, o confronto entre Zod e Jor-El chega ao clímax, quando o vilão descobre, através de percepção kryptoniana, que Jor-El esconde algo. O fato de seu antigo amigo dizer que sente a perda do filho dele, agora, mais do que nunca, desperta essa percepção. Se ele não é o “Blur”, alguém importante para Jor-el, o é. Mas, quem?....

Clark está de volta a fazenda e encontra Chloe desacordada sob o sofá no celeiro. Depois de acordada, a loirinha avisa que Jor-El parecia apressado em resolver alguma coisa com alguém. E é ai que outra questão importante levanta-se nesse episódio: Chloe Sullivan. A Google-Girl de Smallville parece não ter mais limites. Já havia criticado isso freneticamente na review de "Roulette", mas aqui a situação ganhou contornos mais polêmicos. O que dá direito a uma pessoa - com capacidade de inteligência invejável, portadora de um grande arsenal tecnológico que poderia causar um blecaute mundial, com informações irrestritas - vigiar seus próprios amigos. Primeiro, foi com Oliver. Agora, descobrimos que a Srtª Sullivan havia implantado câmeras por toda a Fazenda Kent quando Clark desapareceu, transformando-a num "Big Brother Rural Particular", com a desculpa de querer tomar conta da fazenda. Ok, mas após meses em que Clark já retornou....por que as câmeras ainda continuam lá?!? Fã podem espernear, podem defendê-la, me julgar, mas NADA me faz mudar a imagem inescrupulosa de Chloe Sullivan, visto todos os motivos que ela tem para ser julgada e odiada, mas os quais não citarei aqui pela enésima vez. Melhor é voltar ao episódio...



...mas Clark concorda comigo e mete uma bronca na "amiga". Ok, o procedimento anti-ético de Chloe resultou em algo positivo, como identificar os captores de Jor-El como agentes de Tess Mercer. Mas que isso ainda não acabou, é FATO!

E antes que Oliver ou Chloe queiram dar conselhos de moral (as duas últimas pessoas nessa Terra que podem fazer isso!), Clark já desaparece supervelozmente, parando na sala de estar da Tess. E o rapaz não está para brincadeiras. Exigindo saber onde Jor-El está, Clark não mede consequências e, revelando finalmente seu segredo para a viúva, a ergue pelo pescoço e, com voz autoritária, exige saber:

CLARK: Onde está meu pai???

Clark não está mesmo pra brincadeiras nessa temporada. Decidido, determinado, responsável. Ele está a apenas um passo de se tornar o Superman. Para aqueles que acham que Clark sufocar Tess pelo pescoço não é sinal de evolução, concordo. Não é segurando o pescoço de ninguém que evoluímos. Isso se vê nas demais atitudes. Naquilo que você faz da sua vida, no que você pratica tanto para si mesmo, como para o seu próximo. Para aqueles que acham que o SUPERMAN não pode pegar ninguém pelo pescoço, dê uma lida nos gibis e me diga quando que o nosso herói também não perde a calma. Como fã e colecionador, eu já vi o Superman quase matar BlackRock por pensar que este havia assassinado sua esposa Lois Lane (só o poupou no último segundo em memória de Lois, que então apareceu viva!). Eu já vi o Superman quase destroçar Lex Luthor num combate aéreo no arco "Public Enemies". Eu vi o Superman sacrificar Zod, Ursa e Non para salvar a Humanidade (detalhe: ali os três kryptonianos já não tinham mais seus poderes!). Eu vi o Superman quase estrangular a Rainha das Fábulas (cena semelhante a de Clark/Tess) ao saber que seu chefe Perry White estava catatônico e que Lois havia sido sequestrada.
Eu vi o Superman agir assim, em momentos de limite, com vários vilões. Porém, com exceção da morte de Zod, Ursa e Non, ele jamais chegou a matar ninguém. Chegava ao limite, porém jamais apelava para morte. Então, que não venham alguns dizer que isso é falta de maturidade. Clark Kent foi criado entre nós, humanos. Ele sente as mesmas coisas que um ser humano: amor, tristeza, perda, ódio, paz. A sua atitude com Tess nada mais foi do que a atitude de um filho desesperado por encontrar/salvar seu pai.





Bem, a resposta (sufocada, é claro) de Tess não poderia ser mais sarcástica, digna de alguém como ela, herdeira (i)legítima dos genes Luthor:

TESS: Clark, sempre esperei que enfim me revelasse sua verdadeira origem...Só esperava que fosse por confiar em mim....mas assim já me serve!

Tess, verdadeiramente, vem surpreendendo, nessa temporada com sua ótima atuação! Depois de uma vilanez meia-boca na 8ª temporada, agora posso afirmar que ela chega a me causar o mesmo ódio que eu sentia por Lionel (primeiras temporadas) e Lex. E isso é bom! Tá mostrando serviço rs

De volta ao chão, Tess é obrigada a catar as ordens de Clark (uhuu, adorei isso!) e localizar Jor-El por seu notebook. Após ouvir que seu pai voltou para a fazenda, Clark corre supervelozmente para casa.




A cena a seguir é aquela que temos aguardado desde a 2ª temporada. Não, não voar e nem a do uniforme clássico. Mas uma igualmente emocionante. Nove anos depois (180 episódios até aqui), Clark Kent enfim conhece seu verdadeiro pai, o biológico, aquele que o tirou de um mundo destruído para enviá-lo a um abundante em vida. Jor-El. E não poderia ser de forma mais emotiva. Clark vê seu pai ao longe, nos campos, porém este está muito ferido e prestes a tombar no chão. Clark corre supervelozmente até ele, segurando-o em seus braços. O tão esperado encontro nem ao menos se inicia, mas já termina de forma trágica. E a cena é emocionante. Imediatamente nos lembra a triste e chocante cena de "Reckonning" (o épico episódio nº100), em que Clark vê seu pai adotivo, Jonathan Kent (John Schneider), morrer em seus braços. O sentimento de amor entre pai e filho. Por um lado, Clark não quer aceitar a morte de outro pai. Percebemos (e ele também) que, no fundo, queria sim e muito conhecer seu pai biológico. Jor-El afirma que sente muito orgulho de seu filho, de quem ele se tornou e, antes de morrer, pede ao filho que "Salve Zod".



Chloe utiliza suas câmeras de vigilância na Fazenda Kent para tentar descobrir quem foi o responsável pela morte de Jor-El. Mas uma gravação chama a atenção da loirinha (e a nossa também!). Parece que Jor-El não estava ali somente para reviver lembranças ("Relic"), mas também por um cristal, escondido numa parte da casa. Só não deu pra entender exatamente se: ou ele estava retomando o cristal...ou ele estava escondendo-o. Seja como for, isso ainda vai render muito!

Salvar Zod. Por que seu pai teria pedido isso? Das últimas coisas que Jor-El poderia ter falado, por que pedir que seu arqui-inimigo fosse salvo? Essa é uma questão que fica martelando na cabeça de Clark. Diante do túmulo de seu pai, o homem de aço usa sua visão de calor para desenhar o símbolo da Casa de El (o "S") sobre a pedra. Mas há algo que ele não pode fazer. Salvar Zod? Um terrorista intergalático que só visa o seu poder e a destruição/dominação de mundos? Isso é algo que Clark não consegue entender. Talvez Jor-El ainda acreditasse que havia algo bom em Zod (como foi com Clark sobre Lex, durante anos) e não tenha enxergado a verdadeira natureza do vilão. Talvez a amizade o tenha cegado, como fez com Clark anos atrás. Ainda assim, é algo que Clark não poderá fazer. Pelo contrário, essa é a hora em que ele precisará da ajuda de seus amigos para descobrir mais sobre Zod e fazer justiça.

...E talvez não demore muito, já que bem perto dali, Zod observa o "Último" Filho de Krypton, de maneira fria. Ele sabe. Há um outro na Terra. O filho de Jor-El. O verdadeiro Borrão. Aquele cujos poderes vem do Sol e que ele, Zod, fará de tudo para obtê-los.

Um ótimo episódio, sem dúvida. Com pouca ação, mas com uma trama envolvente, onde não faltaram respostas, dramas, efeitos especiais e a competência de uma equipe técnica que está a transformar esta na melhor temporada de "Smallville" até aqui.
Ao mesmo tempo em que dúvidas foram respondidas (algumas ainda não), outras surgiram para apimentar ainda mais a "temporada perfeita".

PERGUNTAS RESPONDIDAS:

1) Por que Zod e seus soldados não compartilham do poder do sol amarelo na Terra?
Porque são clones, criados por Jor-El, que adicionou kryptonita azul no composto da experiência, o que os impediria de ter os poderes do sol na Terra.

2) Por que estas são versões mais jovens de Zod e seus soldados?
Estes clones foram criados 20 anos antes da destruição de Krypton. Ou seja, suas feições e aparências correspondem somente àquela vida 20 anos antes de Krypton explodir, enquanto que os originais continuaram a viver suas vidas. O DNA destes clones foram agrupados na Orbe.

3) Qual a origem da rivalidade entre Zod e Jor-El?
O episódio mostrou que eles eram amigos, antes das experiências. Por ter se recusado a clonar o filho morto de Zod, este passou a odiá-lo. Para piorar, na Terra, o clone de Zod acreditou que Jor-El era o Borrão e havia roubado os poderes do Sol amarelo somente para ele.

4) Por que os kryptonianos são tão atraídos pela Terra?
Por causa dos poderes concedidos a eles pelo Sol amrelo.


PERGUNTAS AINDA PENDENTES:

1) Por que a Orbe se abriria quando Apocalypse fosse destruído? (8ª temporada)
2) O que o fato da Orbe abrigar uma tropa de kandorianos tem a ver com ser um artefato para "controlar" Clark? (7ª temporada)
3) De onde Clark e Alia se conhecem? Como ela consegue os poderes do sol? E por que Clark é visto por ela como traidor de sua raça e destruidor do mundo?

NOVOS MISTÉRIOS:
1) O que era aquele cristal que Jor-El estava escondendo?
2) Por que o Jor-El do passado (manso, gentio) é tão diferente da sua voz na Fortaleza (frio, autoritário)?

Enredos à parte, quero aqui destacar a participação de Julian Sands, como o jovem Jor-El. Uma ótima atuação, sem dúvida. O ator tem uma voz mansa, que nos remete a atuação de Marlon Brando no clássico "Superman - O Filme", de Richard Donner. Incluisve, deu mais dramaticidade à cena do encontro com Clark. E isso só nos faz ver como Clark é realmente parecido com Jor-El. Um verdadeiro altruísta. Um verdadeiro defensor da paz. Um verdadeiro herói.

NOTA 10